O rato-toupeira-pelado certamente não é um animal que encanta pela beleza. No entanto, isso não é problema: com características únicas, essa espécie ganha a atenção da ciência e é objeto de estudos a respeito de sua longevidade, resistência ao câncer e à dor, por exemplo.
Enrugado, sem pelos e com dentes salientes para fora da boca, ele não precisa exatamente exalar seu charme, já que vive em túneis no subsolo e é pouco visto na superfície. Aliás, a espécie cujo tamanho varia entre 7 e 33 centímetros vive apenas no Nordeste da África.
E de fato, trata-se de um animal realmente incrível, começando pela resistência a doenças como o câncer. Enquanto estima-se que um a cada dois ratos ou camundongos possa desenvolver câncer, os ratos-toupeiras-pelados quase nunca são vítimas da doença.
Além disso, eles também são insensíveis a alguns tipos de dor. Estudos apontam que isso acontece provavelmente por causa de uma adaptação evolutiva da espécie relacionada ao contato frequente com o dióxido de carbono, que é mais presente nos túneis do subsolo do que na atmosfera.
E outro grande motivo de estudo dos cientistas em relação ao rato-toupeira-pelado é o fato de que eles parecem não envelhecer. Estima-se que eles possam viver mais de 30 anos, porém, o risco de morte não aumenta com o tempo. É até difícil estimar a idade dos animais já que há poucos sinais de declínio físico.
As peculiaridades, aliás, não param por aí: esses roedores podem passar cerca de 20 minutos sem oxigênio e não bebem água. Suas colônias, que podem reunir até 300 indivíduos, são comandadas por uma rainha que pode acasalar com até três machos por vez.
Rato-toupeira-pelado pode se comunicar de formas diferentes
A comunicação é outro fator interessante: esses animais podem se comunicar em diferentes dialetos, o que permite avisar aos “colegas” sobre predadores, além de tratar do acasalamento, alimentação, entre outros hábitos da vida em comunidade.
Todos esses aspectos, e ainda outros que seguem sendo estudados, tornam o rato-toupeira-pelado um animal fascinante tanto para a zoologia quanto para a medicina. Afinal, beleza parece mesmo não ser tudo, não é?