Júlia Almeida, filha do renomado autor de novelas Manoel Carlos, deu uma entrevista ao canal VEJA+ e polemizou sobre as famosas produções de Maneco. Júlia, que está produzindo um documentário sobre a vida e obra de seu pai.
O bairro do Leblon é um elemento central nas novelas de Manoel Carlos, representando um microcosmo do Rio de Janeiro e servindo como pano de fundo para as tramas e personagens.
“Ele usava muito o Leblon como um personagem. O Leblon sempre foi um personagem nas obras dele”, disse Julia Almeida.
O documentário busca apresentar o trabalho de Maneco para as novas gerações, explorando o impacto de suas novelas na cultura brasileira e a construção do “Universo Manoel Carlos”.
Novelas de Manoel Carlos eram machistas
A entrevista aborda as críticas que as novelas de Manoel Carlos recebem atualmente, especialmente em relação à representação da mulher e à falta de diversidade. Julia reconhece o caráter machista presente nas obras, mas destaca que elas refletem o contexto da época em que foram escritas.
“As novelas do meu pai eram machistas? É claro que sim!”, disse Julia.
O documentário também explora o impacto social das novelas de Maneco, que abordaram temas importantes como alcoolismo, câncer, síndrome de Down e violência contra idosos, contribuindo para debates e mudanças na sociedade.
“Ele [Manoel Carlos] tinha noção desse poder da televisão brasileira, desse poder do produto que ele tinha em mãos. E ele usava isso para o bem”, explicou a filha do autor.
A entrevista também destaca elementos característicos das novelas do autor, como diálogos longos e elaborados, fotografia impecável, trilha sonora marcante e uso da Bossa Nova como elemento fundamental na construção da atmosfera carioca, além de tramas com grande número de personagens e núcleos interligados.
