“É assim que acaba” é um dos filmes que estreou no Agosto Lilás, mês da conscientização pelo fim da violência contra a mulher. Mesmo abordando uma temática tão sensível como violência doméstica, tanto o filme quanto Colleen Hoover, autora do livro homônimo que inspirou o longa, foram criticados por romantizar relacionamentos abusivos.
No último dia 7 de agosto, a Lei Maria da Penha completou 18 anos desde sua implementação. A Lei foi um grande passo na luta contra o feminicídio e a violência doméstica no Brasil. Por isso, em agosto, o Governo Federal promove a campanha do Agosto Lilás, para conscientizar a população na luta contra a violência doméstica.
Para dar visibilidade ao assunto, o Viralizou separou uma lista de filmes de diferentes gêneros que abordam o tema de maneira responsável.
Aviso: Os filmes e assuntos abordados a seguir podem conter gatilhos para pessoas vítimas de violência doméstica e de gênero.
“O Homem Invisível”
Lançado em 2020, “O Homem Invisível” utiliza do terror para fazer uma analogia bem direta sobre violência doméstica. O longa dirigido por Leigh Whannell, acompanha Cecília (interpretada por Elizabeth Moss), enquanto ela se recupera de um relacionamento abusivo.
Cecilia foge da casa onde morava com seu ex-namorado milionário e se esconde na casa de amigos, até que começa a ser assombrada por uma presença invisível que a ameaça, manipula e machuca de diferentes maneiras.
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O tal “homem invisível” faz uma “brincadeira” nada engraçada sobre como mulheres vítimas de violência sempre são desacreditadas e vistas como “histéricas” por pessoas de fora do relacionamento.
“O Homem Invisível” conta com uma direção que escancara a solidão das vítimas desse tipo de agressão e transmite um pouco do desespero e agonia que as perseguem todos os dias. É um ótimo filme de terror, que horroriza o público que percebe que essa “agressão invisível” está longe de ser apenas ficção.
“A Garota no Trem”
A princípio, “A Garota no Trem” (2016) parece ser um filme deprimente sobre uma mulher viciada em álcool. No desenrolar da história estrelada por Emily Blunt, o drama se transforma em suspense.
O longa conta com diversas reviravoltas e não aborda a violência de gênero de cara, mas mostra um lado dessa violência que acaba sendo esquecido quando se retrata o assunto nas telinhas: o famoso “gaslighting”.
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O termo “gaslighting” retrata uma manipulação psicológica forte, que acaba fazendo com que a vítima duvide da própria realidade. Prática comum em relacionamentos abusivos, o gaslighting é uma arma silenciosa retratada no filme que é muito utilizada na vida real.
“A Garota no Trem” trabalha muito bem o suspense, mas é um filme muito denso e pode ser pesado para pessoas vítimas de violência doméstica e pessoas com dependência química.
“Angela”
“Angela” (2023), retrata a vida e morte de Ângela Diniz, vítima do caso de feminicídio que chocou o Brasil na década de 70. Ângela, interpretada por Ísis Valverde, foi brutalmente assassinada a tiros no rosto por seu então companheiro, Raul Fernando do Amaral Street.
O caso chocou o Brasil, que se dividiu entre as pessoas que queriam justiça, e as que acreditavam que Ângela “teve o que merecia”, por ser uma mulher sensual. Seu assassino, Doca Street, viveu uma vida pública até morrer, em 2020.
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O filme foca mais na trajetória e vida de Ângela do que no desenrolar do julgamento e polêmicas que sua morte acarretaria na população brasileira. Para entender melhor todo o caso e suas implicações na luta contra a violência de gênero, o podcast da Rádio Novelo, “Praia dos Ossos”, desenrola e reflete toda a situação de maneira responsável e completa.
Não feche os olhos para violência doméstica contra as mulheres, disque 180
Se você se identificar com as obras acima ou conhecer alguma pessoa vítima de qualquer violência de gênero, seja ela física, psicológica ou patrimonial, denuncie.
Denúncias de violência contra a mulher podem ser feitas pela Central de Atendimento à Mulher, Ligue 180, que oferece atendimento 24 horas por dia, 7 dias por semana, no Brasil e em 16 outros países.
O serviço é gratuito e encaminha as denúncias para as autoridades competentes. Também fornece informações sobre locais de atendimento, como Casas da Mulher Brasileira, Delegacias de Atendimento à Mulher (DEAM), e Defensorias Públicas.