Escola de samba de Niterói, no Rio de Janeiro, a Viradouro sagrou-se campeã do Carnaval do Rio de Janeiro 2024. Ela obteve a pontuação máxima (270 pontos), com nota 10 nos nove quesitos. Imperatriz Leopoldinense ficou em segundo lugar, com 269,3 pontos, e a Grande Rio, em terceiro, com 269,2.
Última agremiação a desfilar na segunda-feira (12), levou à Marquês de Sapucaí o enredo “Arroboboi, Dangbé”, qie fala sobre o culto ao vodum serpente, trazendo a força da mulher negra através do culto à cobra sagrada e sabedoria africana.
A escola recebeu apenas três notas abaixo de 10 durante a apuração. Foram três 9.9 distribuídas nos quesitos enredo, mestre-sala e porta-bandeira e alegorias e adereços. Todas foram descartadas.
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O resultado, contudo, será analisado após a Beija-Flor, Grande Rio, Mocidade e Imperatriz entrarem com um recurso na Liesa contra a campeã por uma suposta violação de regras na comissão de frente. A contestação será analisada até quinta-feira (15).
E mesmo que a Viradouro seja punida, dificilmente perderá o título uma vez que a diferença de pontuação para o segundo lugar foi de 0.7 e o regulamento da Liesa prevê punição máxima de 0.5 por inciso violado.
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A Viradouro apostou em fantasias e alegorias suntuosas, com muito prata e de cores fluorescentes em todo o desfile.
Os efeitos especiais também foram destaque, a exemplo da cobra que rastejava entre os componentes na comissão de frente. Além disso, a bateria empolgou o público e os componentes, que cantaram muito o samba mesmo quando os primeiros raios de sol já iluminavam a Sapucaí.
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A atriz Erika Januza foi rainha de bateria pelo terceiro ano seguido. Ela usou uma fantasia que representava o Takará, um instrumento ritualístico pontiagudo utilizado no vodum.
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Viradouro foi campeã do Carnaval carioca de 2020
Depois de 23 anos, a Unidos do Viradouro voltou a ser campeã do carnaval carioca. Com o enredo “Viradouro de alma lavada”, sobre As Ganhadeiras de Itapuã, vencedor do Estandarte de Ouro da categoria, a escola arrebatou a Sapucaí com um desfile luxuoso, a bateria do Mestre Ciça inspirada e um samba que pegou na Avenida. “Oh mãe, ensaboa, mãe”, dizia o trecho que toda o público cantou.
O enredo “Viradouro de alma lavada” falou sobre o grupo das Ganhadeiras de Itaupã, quinta geração de mulheres que lavavam roupa na Lagoa do Abaeté e faziam outros serviços em Salvador em busca da compra de sua alforria.
“[Os carnavalescos] Marcos e Tarcísio corresponderam, conseguiram nos trazer o enredo, dentro de algumas opções. Quando a gente viu esse enredo, a gente se apaixonou, uma história representativa, uma história muito bonita, que nos honrou muito fazer. Tenho certeza que está em festa Itapoã, a Bahia está em festa,” disse o presidente da Viradouro, Marcelo Calil, que também chamou atenção para a renovação dentro da escola desde 2016.
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Viradouro campeã do Carnaval carioca de 1997
Campeã do Carnaval do Rio em 1997, a Viradouro trouxe o samba Trevas! Luz! A Explosão do Universo. A apresentação contou com uma comissão de frente que representava os átomos antes do “big bang” que deu origem ao universo. Na sequência, um abre-alas totalmente preto, intitulado “Carro do Nada”, simbolizava “As Trevas” e trouxe polêmica por ser monocromático.
Em contraponto ao primeiro carro, a segunda alegoria era denominada “A Luz”, enquanto a terceira era chamada “A Terra” e representava o globo em alta temperatura, ainda em coloração avermelhada.
Nas mãos do carnavalesco Joãosinho Trinta, o destaque do desfile foi a inovação promovida pela bateria. Naquele ano, os ritmistas fizeram “paradinha funk”. Na época, a paradinha quase não era usada como recurso nos desfiles.
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*Com informações de UOL, O Globo e Quem