Como acompanhar o Relógio do Juízo Final em tempo real?

O termo do Relógio do Juízo Final viralizou nesta terça-feira (28)

O Relógio do Juízo Final é um símbolo icônico, não um dispositivo literal, criado em 1947 pelo Boletim dos Cientistas Atômicos (BAS), uma organização fundada por cientistas que trabalharam no Projeto Manhattan, incluindo Albert Einstein e J. Robert Oppenheimer.

O relógio serve como uma metáfora para expressar a vulnerabilidade do mundo a catástrofes globais causadas por ações humanas, representando a urgência de tomar medidas para evitar uma calamidade. A “meia-noite” simboliza uma catástrofe global, o apocalipse, e a contagem regressiva simboliza o quão próximo o mundo está desse ponto crítico.

Como Funciona o Relógio do Juízo Final?

O tempo no relógio é ajustado anualmente pelo Conselho de Ciência e Segurança (SASB) do BAS, um grupo de líderes globais que se concentram em riscos nucleares, mudanças climáticas e tecnologias disruptivas.

As decisões são tomadas em consulta com o Conselho de Patrocinadores do BAS, que inclui nove ganhadores do Prêmio Nobel. O relógio não é um instrumento de previsão, mas sim um indicador do nível de perigo que a humanidade enfrenta em relação a sua própria existência.

O ajuste do relógio não é baseado em uma fórmula matemática ou em dados precisos, mas sim em uma avaliação da situação global. Os cientistas consideram uma variedade de fatores, incluindo:

  • Risco nuclear: A possibilidade de conflitos nucleares, o aumento dos arsenais nucleares, e a instabilidade nos mecanismos de controle de armas. A guerra na Ucrânia, por exemplo, tem aumentado a preocupação com um possível conflito nuclear.
  • Mudanças climáticas: Os impactos do aquecimento global, como eventos climáticos extremos, recordes de temperatura e o aumento das emissões de gases do efeito estufa. As iniciativas para reverter o aquecimento global têm sido consideradas insuficientes.
  • Tecnologias disruptivas: Avanços em inteligência artificial (IA), especialmente em aplicações militares, que levantam preocupações sobre o controle humano sobre decisões de guerra. O uso da IA em sistemas de mira, drones e armas hipersônicas aumentam o perigo, bem como a desinformação e as teorias da conspiração.
  • Ameaças biológicas: O risco de novas pandemias, laboratórios de patógenos sem supervisão e o uso da IA no desenvolvimento de armas biológicas.

Onde acompanhar as atualizações do relógio?

As atualizações do Relógio do Juízo Final são anunciadas pelo Boletim dos Cientistas Atômicos. As notícias e análises sobre o relógio são divulgadas por meio de diversos canais de mídia e nas redes sociais do BAS.

Para acompanhar as atualizações e entender as razões por trás dos ajustes do relógio, é recomendável seguir os seguintes passos:

  • Site do Boletim dos Cientistas Atômicos (BAS): O site oficial do BAS (https://thebulletin.org/) é a principal fonte de informações sobre o Relógio do Juízo Final. Lá, é possível encontrar artigos, análises e comunicados oficiais sobre o relógio e as ameaças globais que ele busca alertar.
  • Notícias e mídia: Acompanhe notícias de fontes confiáveis, que costumam reportar os ajustes do relógio e as análises dos cientistas.
  • Redes Sociais: Siga as páginas do BAS no Facebook, Twitter, Youtube e Instagram para receber atualizações em tempo real.

O relógio em 2025

Em janeiro de 2025, o Relógio do Juízo Final foi ajustado para 89 segundos para a meia-noite, o mais próximo do apocalipse desde sua criação. Este ajuste reflete o aumento do perigo causado pela combinação de riscos nucleares, mudanças climáticas, tecnologias disruptivas e ameaças biológicas. O comitê de cientistas do Boletim considera que o futuro dos seres humanos nunca foi tão incerto quanto agora.

A decisão de ajustar o relógio para tão perto da meia-noite serve como um sinal de extremo perigo, com o objetivo de chamar a atenção dos líderes mundiais e da população para a gravidade da situação. O BAS espera que os países, especialmente os EUA, a China e a Rússia, iniciem discussões sobre essas ameaças globais. Daniel Holz, presidente do SASB e professor da Universidade de Chicago, afirmou que é necessário refletir sobre essas questões de vida ou morte e iniciar um diálogo para fazer o relógio retroceder.

Histórico do Relógio do Juízo Final

Ao longo de sua história, o Relógio do Juízo Final tem sido ajustado diversas vezes, refletindo os momentos mais críticos da história mundial:

  • 1947: O relógio foi ajustado para 7 minutos para a meia-noite.
  • 1953: Após os EUA e a URSS testarem bombas de hidrogênio, o relógio foi movido para 2 minutos para a meia-noite.
  • 1991: O relógio ficou mais distante da meia-noite (17 minutos) após o fim da Guerra Fria e a assinatura do Tratado de Redução de Armas Estratégicas (START).
  • 2020: Pela primeira vez, o relógio foi medido em segundos, sendo ajustado para 100 segundos para a meia-noite.
  • 2023-2024: O relógio foi ajustado para 90 segundos para a meia-noite, refletindo o aumento dos riscos de ameaças nucleares, mudanças climáticas e IA.

Críticas e importância

Alguns críticos argumentam que o relógio é subjetivo ou alarmista, enquanto outros acreditam que ele não considera desenvolvimentos positivos como avanços em energia renovável ou acordos de controle de armas. No entanto, o BAS defende que o relógio é uma ferramenta necessária para aumentar a conscientização e estimular a ação. Como disse Juan Manuel Santos, ex-presidente da Colômbia e ganhador do Prêmio Nobel da Paz, “Cada segundo conta”.

Publicado por Redação Viralizou

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