A Unidos do Viradouro, uma das escolas de samba mais emblemáticas do carnaval brasileiro, anunciou com grande entusiasmo seu enredo para o Carnaval de 2024: “Arroboboi, Dangbé”.
Este tema promete levar para a avenida uma celebração vibrante da cultura e da espiritualidade africana, focando na energia do culto ao vodum serpente, uma prática que se tornou popular na Costa Ocidental da África e que tem profundos laços com a história e a cultura do Brasil.
A Força de Dangbé e as Guerreiras Mino
Sob a orientação do carnavalesco Tarcísio Zanon, o enredo “Arroboboi, Dangbé” mergulha nas raízes da força espiritual que se manifestou em épicas batalhas na Costa Ocidental da África. Dangbé, o vodum serpente, é uma divindade venerada por sua força e sabedoria.
O enredo promete explorar como essa energia influenciou as guerreiras Mino, do reino de Daomé. Essas mulheres, iniciadas espiritualmente pelas sacerdotisas voduns, formavam uma dinastia de guerreiras escolhidas por Dangbé para proteger seu povo e suas tradições.
A Chegada do Culto ao Brasil
A narrativa do enredo se estende até a chegada desse culto ao Brasil, destacando a figura de Ludovina Pessoa, uma sacerdotisa daomeana que desembarcou em terras brasileiras com a missão de perpetuar a crença nos voduns.
Ludovina não apenas estabeleceu terreiros na Bahia, mas também se tornou uma liderança nas irmandades católicas e teve um papel fundamental na formação do candomblé Jeje. O Terreiro do Bogum, em Salvador, um templo religioso centenário dedicado à Serpente, é apresentado como um marco dessa linhagem espiritual.
O Samba-Enredo
Para dar voz a essa história rica e multifacetada, a Viradouro escolheu um samba-enredo composto por Claudio Mattos, Claudio Russo, Julio Alves, Thiago Meiners, Manolo, Anderson Lemos, Vinícius Xavier, Celino Dias, Bertolo e Marco Moreno. A seleção ocorreu em uma festa vibrante na quadra da escola, no último dia 30 de setembro, onde a comunidade se reuniu para celebrar a escolha que promete ser o coração pulsante do desfile.
Como será o desfile?
O enredo “Arroboboi, Dangbé” representa uma oportunidade significativa para a Viradouro não apenas exibir sua competência artística e criativa, mas também para educar e sensibilizar o público sobre a riqueza da cultura africana e sua influência indelével no Brasil. Ao trazer para a avenida a história do culto ao vodum serpente, a escola destaca a importância da espiritualidade africana na formação cultural e religiosa brasileira, promovendo um diálogo entre passado e presente.
