Mascavo, como é chamada a nova linha de maquiagem da influenciadora Mari Saad, não agradou o grande público e vem enfrentando forte backlash após a ausência de produtos adequados para peles negras e tons mais escuros.
Tudo isso se deu após o lançamento do primeiro drop da marca conter apenas produtos voltados para tons de pele clara, impossibilitando o acesso a pessoas de pele escura e retinta. Acusada de racismo, a influenciadora foi duramente criticada nas redes sociais por outros profissionais da beleza e veículos de comunicação.
Após o anúncio da marca, a influenciadora gringa Golloria, conhecida por seu ativismo em favor da diversidade, publicou um vídeo expressando sua insatisfação. Ela destacou que a falta de inclusão na linha é um reflexo de uma visão limitada do mercado de beleza.
“Não adianta criar uma linha de maquiagem se ela não atende a todas as tonalidades de pele”, afirmou Golloria, chamando a atenção para a necessidade de produtos que respeitem a diversidade.
Além disso, a influenciadora Karen Bachinni escreveu uma carta aberta onde enfatizou a urgência de atender a todas as consumidoras. Em sua declaração, Karen argumentou que a beleza é plural e que marcas que ignoram essa realidade correm o risco de falhar.
Sua carta rapidamente se espalhou nas redes sociais, gerando um debate sobre a responsabilidade das empresas em oferecer produtos inclusivos.
“Eu senti que, com o lançamento da sua marca, houve uma exclusão social e racial muito clara. As blogueiras de maquiagem estavam construindo uma base sólida de inclusão — ‘vamos fazer certo, incluir todos e garantir que todos estejam convidados para essa festa’.
Mas você (Mari Saad) desmoronou essa construção, entende? Agora, teremos que recomeçar esse caminho do zero,” comentou uma influenciadora em um vídeo publicado no YouTube.
Mari Saad tenta contornar situação
No sábado (2), Mari Saad foi às redes sociais para reconhecer o erro e pedir desculpas aos seguidores. A influenciadora, que soma mais de 4 milhões de seguidores, lançou uma linha de maquiagem com contornos, blushes, iluminadores, bronzers, pinceis e esponjas — mas a coleção não inclui produtos indicados para peles negras.
Mari já havia feito sucesso com uma linha em parceria com a marca brasileira Océane, o que elevou as expectativas para sua própria coleção.
“Eu sei que existe uma grande dor e uma frustração acontecendo. Antes de qualquer coisa, eu sinto muita culpa e vim aqui para assumir todas as minhas responsabilidades”, afirmou Mari em um vídeo publicado em seu perfil no Instagram. A controvérsia aumentou quando usuários notaram que, apesar de a linha não abranger tons de pele diversos, modelos negras aparecem na campanha.
“Eu entendo que, quando lancei a linha Mascavo e não incluí toda a cartela de peles negras retintas, falhei muito feio com vocês e com tudo o que acredito. Estou aqui para pedir minhas sinceras desculpas a todos que magoei”, completou.
Beleza, cor e racismo
A última década foi, certamente, divisora de águas quando o assunto é inclusão e diversidade no mercado de beleza. Marcas como Fenty Beauty e Rare Beauty mudaram a perspectiva da indústria e dos consumidores sobre a oferta de produtos para todos os tons de pele – ou, o máximo que elas consigam alcançar.
Em decorrência da polêmica envolvendo a marca de Mari Saad, a revista Elle Brasil publicou em seu Instagram um matéria relembrando os leitores sobre o mercado de beleza no país, e não usou eufemismos para explicar o que o lançamento da Mascavo refletia no cenário de maquiagens nacionais – racismo.
