Não é de hoje que o termo It Girl aparece com frequência no vocabulário dos criadores de conteúdo para sobre moda e lifestyle. Quase sempre se referindo à imagens femininas de poder e popularidade, o termo carrega uma bagagem cultural e histórica muito além do que apenas uma nomenclatura para garotas na moda. Mas também deixa claro que nem todo mundo nasceu para ser uma It Girl.
O termo “It Girl” surgiu no início do século XX, mas evoluiu muito ao longo das décadas. Originalmente, “It” foi popularizado pela escritora britânica Elinor Glyn. Ela usou a palavra para descrever um tipo de magnetismo e carisma indefinível em seu romance It (1927).
O livro também foi adaptado para o cinema, estrelando Clara Bow, a primeira a ser conhecida como It Girl. Desde então, o termo foi associado a mulheres que capturam o fascínio do público, seja pela sua beleza, estilo ou personalidade marcante.
Na década de 1920, figuras como Clara Bow e outras estrelas de Hollywood se tornaram as primeiras grandes It Girls, símbolos de glamour e independência. No entanto, com o passar das décadas, o conceito se expandiu. Nos anos 60, modelos como Twiggy se tornaram It Girls por simbolizarem as mudanças culturais de suas épocas.
O universo da moda ganhou suas próprias It Girls em meados dos anos 90. Nesta década a Versace elegeu as eternas e intocáveis super modelos, que moldaram os padrões estéticos e de beleza que perduram até hoje. São elas a Carla Bruni, Claudia Schiffer, Naomi Campbell, Cindy Crawford, Helena Christensen, entre outras.
Já nos anos 90 e 2000, o termo consolidou-se ainda mais, especialmente com o advento da cultura pop e das séries de TV, como Gossip Girl e The OC, que apresentavam personagens cujos estilos de vida e moda influenciavam milhões de jovens ao redor do mundo.

A rivalidade entre Blair Waldorf e sua melhor amiga Serena van der Woodsen em Gossip Girl marcou para sempre a televisão e mundo pop. A série apresentou ao público não uma, mas duas personagens totalmente cheias de si e que despertavam o desejo de ser e viver tal como elas.
It Girl no Mundo Real
Hoje, o termo é mais inclusivo e adaptável. Com o surgimento das redes sociais, mulheres como Zendaya, Selena Gomez, as irmãs Hadid, e brasileiras como Lelê Burnier e Urias ganharam destaque como It Girls modernas, sendo admiradas pelo estilo autêntico.
Ao contrário do passado, em que a beleza física era predominante, a It Girl atual é celebrada também por sua autenticidade, diversidade e por representar novas narrativas de gênero e identidade.
Talvez a primeira grande celebridade que abriu portas para o mundo das blogueiras, influencers e artistas que hoje são consideradas It Girls foi a icônica Paris Hilton, herdeira da fortuna bilionária da família Hilton e que construiu um império para si mesma vivendo de polêmicas, sendo uma fashionista e distribuindo selfies em uma época onde os celulares sequer tinham câmeras frontais.
Hoje, o termo “It Girl” é muito mais inclusivo e adaptável do que no passado. Essas figuras representam muito mais do que apenas uma imagem idealizada de beleza; elas são influenciadoras em questões sociais, moda sustentável e aceitação de corpos diversos, além de expressarem suas personalidades de forma transparente em plataformas como Instagram e TikTok.
Ao contrário do passado, em que a beleza física e o glamour excessivo eram predominantes, a It Girl atual é celebrada também por sua autenticidade, diversidade e capacidade de inspirar novas narrativas de gênero e identidade.
A era digital permitiu uma democratização desse título, onde figuras antes periféricas da moda ou da cultura pop agora têm a oportunidade de alcançar o estrelato global com base em seu estilo pessoal e ativismo. Além disso, elas desafiam os padrões tradicionais da moda e da cultura, incentivando seguidores a se expressarem de maneiras autênticas e criativas.
Essa transição da It Girl clássica para a versão digital reflete as mudanças culturais que moldaram a moda e a forma como consumimos conteúdos de celebridades. O conceito agora transcende o glamour tradicional, incorporando influências de causas sociais e expressões mais autênticas de quem essas mulheres realmente são.