A recente polêmica envolvendo o Google e o governo mexicano surgiu após a descoberta de que, para usuários do Google Maps nos Estados Unidos, o nome “Golfo do México” havia sido alterado para “Golfo da América”. A mudança foi implementada após uma declaração do recém-empossado presidente dos Estados Unidos Donald Trump e gerou revolta entre as autoridades mexicanas, que consideram a alteração uma afronta à soberania do país e um desrespeito à nomenclatura geográfica internacionalmente reconhecida. Claro que o assunto ganhou a internet.
Carta do México ao Google: A origem da disputa
Em 29 de janeiro de 2025, o Ministro das Relações Exteriores do México, Juan Ramón de la Fuente, enviou uma carta formal ao CEO do Google, Sundar Pichai, exigindo explicações sobre a mudança. O documento destacava a relevância histórica e jurídica do nome “Golfo do México”. O texto aborda questões de direito marítimo internacional e ressaltando que a alteração poderia gerar confusão e desinformar usuários ao redor do mundo.
A presidente do México, Claudia Sheinbaum, também se pronunciou sobre o caso durante uma coletiva de imprensa. Ela reforçou que a carta não tinha apenas a intenção de questionar a decisão do Google, mas também de entender se a empresa havia consultado instituições oficiais de nomenclatura marítima antes de realizar a modificação.
A resposta do Google: Justificativa para a mudança
Em resposta, o Google esclareceu que a alteração se baseia em uma atualização do Sistema de Informação de Nomes Geográficos (GNIS) dos Estados Unidos. Segundo a empresa, o GNIS é uma entidade governamental dos EUA responsável pela nomenclatura geográfica no território americano, e a alteração refletida no Google Maps ocorre conforme o protocolo padrão da plataforma.
O Google ressaltou que, como uma empresa global que atende mais de dois bilhões de usuários, segue diretrizes estritas e imparciais na exibição de nomes geográficos, buscando sempre refletir informações de fontes confiáveis. No entanto, a empresa reconheceu a complexidade da questão e garantiu estar aberta ao diálogo com as autoridades mexicanas.
Impacto nos usuários do Google Maps
Com a mudança, os usuários do Google Maps nos Estados Unidos passaram a visualizar o nome “Golfo da América”, enquanto no México e em outros países o mapa continuou exibindo “Golfo do México”. Essa diferença gerou preocupação entre políticos e históriadores mexicanos, que temem que a alteração possa influenciar a percepção pública sobre a região.
A presidente Sheinbaum criticou a posição do Google. Ela argumentou que a empresa estava impondo unilateralmente uma nova designação a um corpo d’água que pertence a várias nações, e não apenas aos Estados Unidos.
Google abre espaço para negociação com o México
Em sua resposta, o Google demonstrou disposição para dialogar e propôs uma reunião presencial com representantes do Ministério das Relações Exteriores do México. A proposta visa esclarecer a polêmica e discutir possíveis soluções que respeitem a soberania mexicana e as diretrizes da empresa.
Principais pontos da controvérsia do Golfo do México
- Por que o Google mudou o nome do Golfo do México?
- A alteração foi baseada em uma atualização do GNIS, a agência oficial dos EUA responsável pela nomenclatura geográfica.
- Como a mudança afeta os usuários no México?
- No México, o Google Maps continua exibindo “Golfo do México”, enquanto nos EUA o nome aparece como “Golfo da América”;
- No Brasil, por exemplo, a nomenclatura é Golfo do México (Golfo da América)
- Como o Google justificou essa decisão?
- A empresa afirmou que segue uma política de consulta a fontes oficiais e reflete alterações feitas por agências governamentais autorizadas.
O futuro da polêmica
O governo mexicano ainda não descartou novas ações para pressionar o Google a reverter a alteração. Caso não haja um entendimento entre as partes, o México pode recorrer a organismos internacionais. A ideia é tentar garantir a manutenção do nome “Golfo do México” de forma padronizada para todos os usuários do Google Maps. Enquanto isso, a empresa permanece firme em sua política de seguir padrões geográficos reconhecidos por agências governamentais.
A discussão continua a ganhar repercussão global, levantando questões sobre a influência de empresas de tecnologia na definição de fronteiras e nomes geográficos em escala internacional. O desfecho desse impasse pode ter implicações significativas para futuras disputas sobre nomenclatura geográfica em plataformas digitais.
Confira a carta do Google ao México (em inglês)
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