A morte do Papa Francisco trouxe tristeza ao mundo na manhã desta segunda-feira (21). O Santo Padre nos deixou aos 88 anos após sofrer um AVC no Vaticano. Há anos sua saúde estava debilitada e se agravou desde fevereiro quando foi internado com pneumonia.
Papa Francisco era um religioso conhecido pelas suas lutas por direitos dos mais pobres, defensor de causas sociais, ambientais e um mediador de conflitos entre nações em guerra. Como líder religioso atento às demandas contemporâneas do mundo, Francisco se comunicava muito bem com o público jovem por meio de suas redes sociais.
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Com mais de 10 milhões de seguidores no Instagram, o argentino alcançava públicos de diferentes idades e orientações políticas e de gênero. A última postagem no seu feed foi a celebração de Páscoa, na Praça de São Pedro, no Vaticano. Debilitado, ele falou para milhares de pessoas em Roma, mas alcançou um número muito maior de fieis por meio da tecnologia das redes sociais.
“Gostaria que voltássemos a ter esperança de que a #paz é possível! A partir do Santo Sepulcro, Igreja da Ressurreição, onde este ano a #Páscoa é celebrada no mesmo dia por católicos e ortodoxos, se irradie sobre toda a Terra Santa e sobre o mundo inteiro a luz da paz.”, disse o Papa Francisco, com legenda em sete idiomas.
Papa Francisco viralizou com humor, carisma e buscou a real paz entre povos
“Quem sou eu para julga-lo”. Essa foi uma das frases que mais viralizaram do Papa Francisco, quando perguntado sobre o acolhimento e o preconceito em relação a homossexuais, transexuais e divorciados. Essses temas sempre foram muito caros dentro da Santa Sé e para ele todos que buscassem a Deus deveriam ser recebidos com amor pela igreja.
O argentino Francisco também sabia como cativar os brasileiros. Amante de futebol, sempre que possível brincava com a gente. Uma vez perguntado pelo jornalista Gerson Camarotti, da Globo, sobre essa rivalidade, Jorge Mario Bergoglio, seu nome de batismo, respondeu, sorridente: “Acho que resolvemos bem. O papa é argentino e Deus é brasileiro”.
Em outros momentos, ele também se referia aos brasileiros como um povo “sem salvação. Muita cachaça e pouca oração”, brincava.
Mas o momento mais marcante do seu papado foi durante a pandemia de Covid-19. Em 27 de março de 2020, ele caminhou solitário na praça de São Pedro e celebrou para o mundo todo uma missa de esperança em meio às incertezas causadas pelo coronavírus. O vídeo rodou o mundo e até hoje é uma das cenas mais marcantes do período mais difícil da nossa história recente.
Comunicação com os jovens
As causas sociais sempre estiveram muito ligadas ao público mais jovem. Francisco sempre demonstrou sofrimento em relação à dor de crianças, especialmente em meio a guerras, como na Ucrânia e Israel. A tolerância e acolhimento à comunidade LGBTQIA+, questões ecológicas e a inclusão da mulher nos corredores do Vaticano eram bandeiras dele.
E Francisco usou as redes sociais para chegar a esse público. É possível dizer que ele era o influenciador no sentido mais puro da palavra. Era por meio de suas redes sociais que ele fazia chegar aos fieis do mundo todo suas mensagens de fé, esperança e religiosidade.
Independentemente das crenças, é inegável o uso da tecnologia pelo Santo Padre para conversar com os cerca de 1,4 bilhão de católicos ao redor do planeta. Em quase 2 mil postagens no feed, Francisco aparece em fotos com crianças, adultos, bichinhos de estimação, idosos, outros religiosos e líderes mundiais.
Ele também buscou combater os abusos sexuais dentro da Igreja, a corrupção no banco do Vaticano e a pregava a simplicidade no viver.
Francisco entendeu que a fé caminha lado a lado com a comunicação e não pode virar as costas para o seu tempo. “Sejam revolucionários”, conclamou aos jovens durante a Jornada Mundial da Juventude, no Brasil, em 2013, um ano depois de assumir como líder da Igreja Católica.