Por que janeiro demora tanto para acabar?

“E esse janeiro interminável?”, “62 de janeiro”, “Onde você vai passar a virada de janeiro pra fevereiro?”. Vai dizer que você não viu ou ouviu alguma dessas brincadeiras nos últimos dias? Janeiro parece ser o mês que nunca termina, e isso parece ser um senso comum.

Após as festividades de final de ano, janeiro nos dá um choque de realidade do retorno à rotina, o que pode ser um ajuste difícil. Além disso, o mês é um desafio financeiro para muitas pessoas, com gastos do final do ano batendo à porta e muitas vezes o pagamento de impostos e matrículas escolares.

Os planos que a gente costuma fazer no ano novo também contribuem para esse sentimento, já que estabelecem expectativas e pressões adicionais. O clima pode ser um fator também; no hemisfério norte, janeiro está no coração do inverno, com dias curtos e noites longas, o que afeta o humor. No hemisfério sul, dias escaldantes de verão e para quem não pode aproveitar a praia, pode dar aquele cansaço adicional.

Fora tudo isso, tem também a cultura popular de que janeiro é um mês lento, com filmes e músicas muitas vezes retratando-o como um tempo de reflexão e paciência.

O aspecto psicológico por trás do janeiro demorado

Há também um aspecto psicológico nesse fenômeno. É o chamado anticlimax, ou seja, você finaliza um ano cheio de esperanças, celebra a virada, acredita que tudo vai ser diferente, mas no dia 2 de janeiro a vida segue exatamente como antes para a grande maioria.

Nossa percepção do tempo é influenciada pelo nosso estado emocional e pelas atividades que realizamos. Se estamos ansiosos ou entediados, os dias podem parecer mais longos. Janeiro também é um mês de planejamento e previsão para o ano que se inicia, e a ansiedade para que as coisas comecem a acontecer pode fazer com que o tempo pareça passar mais devagar.

Além disso, a estrutura de como as férias caem no calendário pode fazer janeiro parecer mais longo. Após o pico das festas de dezembro, não há grandes feriados em janeiro, o que pode criar um longo período sem interrupções ou eventos para aguardar. Isso contrasta fortemente com dezembro, que muitas vezes é um mês agitado com muitos eventos sociais e feriados.

A Teoria de Janeiro

A duração percebida de janeiro também pode ser exacerbada pela ‘segunda-feira do ano’, como algumas pessoas se referem ao primeiro mês, por ser um período de recomeço que muitas vezes vem acompanhado por um certo grau de relutância ou resistência à mudança e ao retorno à rotina normal. Esse sentimento é agravado pelas expectativas muitas vezes não realistas que colocamos em nós mesmos para fazer mudanças significativas em nossas vidas com o início do ano novo.

Em um nível mais prático, muitos de nós estamos lidando com a volta ao trabalho, o que pode ser um choque após o tempo de folga. A motivação pode ser baixa, e a carga de trabalho, que muitas vezes é mais leve em dezembro, volta ao normal ou até aumenta, o que pode fazer os dias parecerem mais pesados e mais lentos.

Finalmente, há uma teoria chamada “Teoria de Janeiro”, que sugere que a maneira como começamos o ano define o tom para o resto dele. Se iniciamos o mês de janeiro com uma atitude negativa ou enfrentando desafios, isso pode parecer um presságio para o resto do ano, o que pode tornar o mês particularmente penoso e lento.

A sensação de que janeiro é um mês longo é, portanto, uma mistura de fatores psicológicos, culturais e práticos que afetam a nossa percepção do tempo. Reconhecer esses fatores pode nos ajudar a entender melhor nossos sentimentos em relação a esse mês e, talvez, a encontrar maneiras de melhorar nossa experiência durante esse período.

Publicado por Redação Viralizou

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