Nessa última semana a internet e os portais de notícia do mundo todo viraram de cabeça para baixo com o desenrolar da investigação do rapper americano Diddy, acusado de diversos crimes relacionados a abuso sexual.
Apesar de não ter feito tanto sucesso no Brasil ou ser um artista de destaque nos streamings, Diddy foi um dos maiores nomes do hip-hop entre os anos 90 e 2000, além de ter colaborado com grandes nomes da música.
O escândalo logo chegou à grande mídia e tomou conta do TikTok e Instagram, com diversos usuários comentando sobre a possível condenação do rapper. Os vídeos vão desde memes sobre a atual situação de Diddy até complexas linhas do tempo sobre acontecimentos ao longo das últimas décadas que davam indícios sobre a índole dele.
Sean Combs (54), nome verdadeiro do rapper Diddy (ou também Puff Daddy), está enfrentando graves acusações nos Estados Unidos, incluindo tráfico humano e associação criminosa.
A investigação, que culminou com sua prisão em setembro de 2024, revelou uma série de alegações que vão desde abuso sexual a tráfico humano, envolvendo principalmente mulheres que trabalharam ou tiveram relacionamentos próximos com o artista.
Entre as denúncias, destacam-se as de Cassandra Ventura, ex-companheira do rapper e conhecida no meio artístico como Cassie, que acusou Diddy de abuso físico e psicológico durante anos. Cassie também afirmou que o rapper a forçou a participar de atos sexuais com outros homens, além de organizar um esquema de tráfico sexual.
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Essas acusações se estendem a outras vítimas, com algumas alegações remontando a décadas atrás. Os processos civis começaram a surgir em novembro de 2023, e desde então, o caso tomou proporções maiores, culminando em uma investigação federal e na prisão de Diddy.
Em uma declaração, os advogados de Combs insistiram que ele é inocente e que as acusações são infundadas, mas o impacto sobre sua carreira já é evidente, com várias empresas e instituições cortando laços com ele.
Durante as investigações, a casa de Diddy foi vasculhada por agentes da polícia em uma primeira tentativa de prender o criminoso, mas ele já havia deixado o local em uma tentativa de evitar o flagrante. Em seu imóvel em Los Angeles foram encontrados cerca de mil embalagens lacradas de óleo para bebê e lubrificante, e especula-se que esses produtos eram usados em situações de abuso sexual.
As famosas festas patrocinadas pelo rapper, conhecidas como “Freak Offs“, foram palco para diversos crimes. Nesses eventos eram levados profissionais do sexo para realizar performances sexuais para os convidados.
Segundo a polícia norte-americana, essas festas eram filmadas pelo próprio Diddy, que usava os vídeos como forma de chantagem e moeda de troca para conseguir favores com os convidados de alto nível que frequentavam o evento.
Quem é Diddy
Diddy é uma figura icônica do hip-hop e do R&B, conhecido por sucessos como Last Night, Can’t Nobody Hold Me Down e I’ll Be Missing You. Sua gravadora, Bad Boy Records, foi um marco na indústria musical, responsável por lançar estrelas como Notorious B.I.G., Faith Evans, Mary J Blige e Lil’ Kim.
Ele expandiu seu sucesso além da música, com investimentos na moda através de sua marca Sean John e em bebidas alcoólicas, como a vodca Cîroc, que impulsionou sua fortuna.
Diddy é conhecido por sua proximidade com outros grandes nomes da música e do entretenimento, como Jay-Z, Beyoncé, Usher, Justin Bieber, Jennifer Lopez e outras dezenas de artistas. Sua fortuna já foi estimada em mais de US$ 1 bilhão, tornando-o um dos rappers mais ricos do mundo.
No entanto, as recentes acusações mancharam sua imagem e já resultaram em perdas financeiras, com diversas marcas cortando contratos com ele.
Sean Combs, além de ser um magnata da música e dos negócios, sempre esteve envolvido em polêmicas, principalmente nos anos 1990, durante a era das disputas entre as cenas de hip-hop da Costa Leste e Oeste dos EUA.
Na época, Diddy foi um dos principais representantes da Costa Leste, enquanto Tupac Shakur e Suge Knight eram grandes nomes da Costa Oeste. A rivalidade entre essas duas cenas chegou ao ápice com a morte de Tupac, em 1996, e do Notorious B.I.G., em 1997, que era próximo de Diddy e também membro da Bad Boy Records.
Embora nunca tenha sido formalmente acusado no assassinato de Tupac, as especulações sobre o envolvimento indireto de figuras próximas a ele circularam por anos. As tensões entre as gravadoras Bad Boy Records (de Diddy) e Death Row Records (de Suge Knight) alimentaram teorias de conspiração, embora nenhuma prova concreta tenha surgido ligando Diddy diretamente aos crimes.
O assassinato de Tupac em Las Vegas e, pouco tempo depois, o de Biggie em Los Angeles, foram marcos trágicos dessa era no hip-hop, deixando cicatrizes profundas na cultura e alimentando mitos ao redor dos dois ícones.