Basta pensar em hibernação que muita gente logo lembra dos ursos, não é? De fato, eles são um dos animais mais lembrados quando se trata desse processo essencial para a sobrevivência de diferentes espécies durante invernos de frio rigoroso e baixa oferta de comida. Mas ao contrário do que aprendemos, os ursos não hibernam, pelo menos não como a ciência descreve a hibernação.
O que é a hibernação?
A hibernação é uma estratégia utilizada por muitos animais para sobreviverem a invernos rigorosos, nos quais a temperatura cai drasticamente e a oferta de comida também acaba reduzida. O objetivo é se proteger do frio e guardar energia, além de evitar passar fome ou brigar por alimento.
Quando um animal hiberna, as suas taxas metabólicas caem significativamente. Um exemplo ocorre com o lêmure anão, capaz de reduzir seus batimentos cardíacos de 180 para 8 batidas por minuto. Já a marmota, outra famosa hibernadora, pode diminuir sua temperatura corporal de 37°C para 2°C.
Durante esse período, a respiração dos animais que hibernam quase cessa, e eles também não fazem xixi ou fezes, assim como não se alimentam. Aliás, antes da hibernação, os animais de sangue quente comem muito para ganhar peso e queimar gordura durante a hibernação.
Por que os ursos não hibernam?
Quem vê um urso dormindo em uma caverna durante o inverno pode mesmo achar que ele está no processo de hibernação. Porém, os cientistas têm caracterizado esse fenômeno como algo diferente, muitas vezes chamado de torpor.
Acontece que, apesar de comer muito antes do inverno, podendo engordar até 1,5 kg por dia, o urso não apresenta taxas metabólicas tão baixas durante a sua “soneca”. Na verdade, estima-se que a sua temperatura corporal caia apenas 5°C durante o fenômeno, muito abaixo do que faz a marmota, por exemplo.
Além disso, os ursos podem comer, urinar, defecar e até dar à luz durante esse fenômeno, além de se manterem em alerta para qualquer ataque. Ou seja, não se trata exatamente de uma hibernação! E você, ficou surpreso com essa descoberta?