No mês de abril, a novela “A Viagem” completou 30 anos da sua primeira exibição. A história de Ivani Ribeiro parou o país em 1994, que queria saber o que ia acontecer com Diná, Otávio e quem o espírito do Alexandre ia atormentar.
“A Viagem” chegou a ter mais repercussão que a novela das oito da época, “Pátria Minha”, e terminou com uma média de 52 pontos de audiência, uma das maiores do horário das 19h.
Outro feito da novela foi aumentar o interesse das pessoas pelo Espiritismo. A Federação Espírita Brasileira registrou naquele ano um aumento na procura por Centros Espíritas, como também na venda de livros da doutrina espírita.
Com vários feitos, a novela não deixou de ser uma boa trama das sete. “A Viagem” tinha um pouco de humor, momentos leves e personagens muito interessantes. Tão bons que renderia um spin-off só deles.
Ivani Ribeiro escreveu pessoas interessantes que poderiam, facilmente, protagonizarem sozinhas uma novela. Acompanhe neste texto alguns núcleos e personagens de “A Viagem” que poderiam ter suas próprias histórias.
O médium Dr. Alberto

Interpretado por Cláudio Cavalcanti, o Dr. Alberto era uma espécie de guru na novela. Era pela boca dele que Ivani Ribeiro contava ao público sobre a doutrina espírita e sobre a vida após a morte.
Além disso, ele era médico e se tornou uma espécie de conselheiro de todos os personagens da novela. Dr. Alberto era um homem que acreditava que a fé e a ciência andavam de mãos dadas.
Já imaginou uma série do Dr. Alberto, que misturasse casos médicos no hospital, com casos espíritas. Conforme ele fosse aumentando e trabalhando sua mediunidade, a série do Dr. Alberto poderia muito bem ser daquelas que diferentes personagens aparecem em cada episódio, trazendo um novo tema.
Uma espécie de Dr. House brasileiro e espírita. Como já perdemos Cláudio Cavalcanti, a série poderia mostrar o jovem Dr. Alberto, recém formado em medicina e descobrindo sua mediunidade, o que o faria ir atrás do conhecimento espírita.
A pensão da Dona Cininha

Nair Bello viveu a Cininha, dona da pensão da vila onde moravam vários personagens de “A Viagem”. Com um jeitão despachado e uma forma única de receber seus hóspedes, a série da Dona Cininha seria uma comédia escrachada.
Além de personagens fixos, a série da pensão da Dona Cininha poderia ter personagens temporários, para agitar a trama e muitas participações especiais. Como, infelizmente, também já perdemos Nair Bello, a história poderia mostrar Cininha mais jovem, chegando na vila e abrindo sua pensão.
O céu de Nosso Lar

Uma das partes que mais chamou atenção do público de “A Viagem” foi o céu de Nosso Lar, onde foram parar Otávio e Diná depois que morreram, e também o umbral, onde perambulava Alexandre, depois da morte.
Além deles, o céu de Nosso Lar em “A Viagem” tinha outros bons personagens, que iam explicando sobre a colônia espírita e sobre a doutrina. Os filmes de “Nosso Lar” fizeram tanto sucesso com o público brasileiro, que uma série inspirada no céu de “A Viagem” poderia muito bem virar um fenômeno de audiência.
Quando foi escrever a novela, Ivani Ribeiro pensou em adaptar um livro de Chico Xavier, mas o médium a aconselhou que ela deveria desenvolver sua própria história. E foi o que Ivani fez, criou uma trama totalmente nova, que ia falando de espiritismo a partir de ótimos personagens.
A série do céu de “A Viagem” poderia resgatar a história dos personagens da novela e desenvolver de forma mais aprofundada os vários temas que a doutrina espírita aborda e que rendem bons arcos dramáticos.
A Viagem remake
Você sabia que “A Viagem” de 1994 também é um remake. A autora Ivani Ribeiro escreveu a história que foi produzida pela TV Tupi, entre 1975 e 1976. Eva Wilma fazia a Diná e Altair Lima fez César Jordão.
O personagem do Alexandre era vivido por Ewerton de Castro. Tony Ramos participou da primeira versão como Téo, e Rolando Boldrin era do Dr. Alberto.