A novela “Renascer” é uma daquelas cheias de personagens marcantes. E lógico que o protagonista José Inocêncio é um dos mais emblemáticos da história. Interpretado no remake por Marcos Palmeira, na primeira versão da novela, em 1993, Zé Inocêncio foi vivido por Antônio Fagundes.
O autor da trama, Benedito Ruy Barbosa, contou no livro “Autores: história da teledramaturgia” que Fagundes foi o último ator a ser escalado para a novela. Quando perguntado se participou da escalação de “Renascer”, Benedito respondeu que estava com todo elenco escalado, mas faltava um.
O ator que faria o “Painho” na segunda fase ainda não tinha sido decidido. O autor conta que o da primeira fase, ele a Globo já tinham batido o martelo que seria Leonardo Vieira. Porém, faltava o Zé Inocêncio da segunda fase.
Ele disse que foi ver uma peça de teatro de Antônio Fagundes em São Paulo, em que ele estava fazendo um texto de Shakespeare. Na sequência convidou o ator para jantar e explicou que precisava de um ator para fazer o protagonista de “Renascer” quando estivesse mais velho.
Antônio Fagundes não queria fazer “Renascer”
Fagundes negou e disse que não estava com vontade de fazer novela na época. Benedito então teria dito para ele: “mas você nunca fez novela minha”. O ator respondeu que seria um prazer, mas que naquele momento não gostaria de embarcar na produção.
Benedito conta no livro que precisou usar um artifício para convencer o ator. Ele, então, contou para Fagundes como seria o primeiro e o último capítulo de “Renascer”. Ele relata que quando disse ao ator como seria a última cena, Antônio Fagundes começou a chorar.
O ator perguntou se Benedito garantiria que seria daquele jeito, afinal novela é uma obra aberta, e tudo pode mudar a todo tempo. Benedito assegurou que não mudaria uma linha do que acaba de contar ao ator, e ele aceitou fazer o papel. Zé Inocêncio veio a ser um dos maiores sucessos da carreira de Antônio Fagundes na televisão.