O Viralizou assistiu ao primeiro episódio da nova série do Globoplay, “O Jogo que Mudou a História”, e o que podemos dizer neste momento é: prepare-se para cenas impressionantes. A série desvenda a origem das facções cariocas e conta com ex-presidiários, jogadores e técnicos de futebol.
O crime e o tráfico no Rio de Janeiro sempre viraram notícia. No entanto, entender a origem de como essa quadrilhas surgiram é entender a história da cidade. “O Jogo que Mudou a História” volta ao período entre 1977 e 1989 e mergulha no universo das facções reais, que inspiraram a nova produção do Globoplay.
Serão 10 episódios, com uma ficção baseada em realidade, feitos em parceria com o AfroReggae Audiovisual. A série foi criada e produzida por José Junior, que conhece muito bem a realidade das favelas do Rio.
“O Jogo que Mudou a História” não é mais do mesmo
Nos primeiros minutos de episódio é possível se pensar que se trata de mais uma dessas produções que mostram o interior de prisões. Já vimos muitas, tanto as vindas do exterior, quanto algumas já produzidas no Brasil.
O começo de “O Jogo que Mudou a História” pode parecer confuso, pois são muitos personagens ao mesmo tempo aparecendo na tela. Mesmo com a ajuda da edição, que para a câmera a cada novo personagem, nos apresentando seu nome, não é fácil memorizar as histórias logo de cara.
Mas isso não impede que haja um envolvimento com alguns deles. É o que acontece com o Seu Hélio, interpretado por Otávio Muller, uma espécie de ex-guerrilheiro que está preso no Presídio de Ilha Grande. Aliás, são nesses momentos que a série consegue migrar para o documental e ensina ao público que já existiu no Brasil, um presídio onde, no fim da ditadura, surgiu a primeira facção.
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Babu Santana se destaca
Uma conexão entre presos políticos e assaltantes de bancos, em meio à corrupção no sistema carcerário e aos horrores do presídio de Ilha Grande. Um dos líderes da Falange Vermelha é Hoffman, interpretado por Babu Santana.
E aqui precisamos parar para exaltar a grandiosidade de Babu Santana como ator. Ele é uma força da natureza na tela, e prova nesta série que é um dos melhores atores do Brasil na atualidade, merecendo mais destaque em outras produções.
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Babu faz um dos bandidos mais frios e sanguinolentos da série, mas consegue com uma interpretação precisa mostrar um lado de Hoffman que, em sua frieza, tem também hombridade e princípios. Esta percepção é um dos grandes destaques da série.
Em “O jogo que Mudou a história” a trama se desenvolve não para que existam mocinhos e vilões. Ninguém é levado a torcer pelo bandido, mesmo que os policiais sejam inescrupulosos e desumanos. A série não floreia, as pessoas são como são, capazes de defender um amigo, mas também de matar da forma mais cruel um inimigo.
A série promete muito
Como toda boa história, o seriado tem uma jornada do herói. É Jesus Pedra, um assistente penitenciário interpretado por Raphael Logam (que faz o vilão de “Família é Tudo“). Ele funciona como os olhos do telespectador que vai conhecendo os horrores do presídio pela primeira vez.
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Bukassa Kabengele, que faz o Mestre, falou pouco mas já se destacou. Ravel Andrade, como Egídio, e Alli Willow, que faz Irmã Emily, emocionam também neste começo de série. A sequência final deste primeiro episódio é tão impactante, que é preciso lembrar de respirar.
A série também irá retratar a maior guerra da história do narcotráfico, que aconteceu entre as duas favelas: Vigário Geral e Parada de Lucas que, na série, são chamadas de “Parada Geral” e “Padre Nosso”. As disputas entre as facções chegam ao extremo e culminam em um jogo de futebol. O resultado da partida consolidou essa guerra por 20 anos e ela perdura até os dias de hoje.
“O Jogo que Mudou a História” mostra logo a que veio e não dá tempo ao público de pensar se gostou ou não gostou do que viu, você apenas quer seguir assistindo para saber o que vai acontecer nos próximos episódios. Imperdível!
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